domingo, novembro 19, 2006

O mercieiro do norte

Desde os tempos do famoso Bispo do Porto, que a cidade 'cristalizou' num género de mentalidade pequenina. A cidade permaneceu antiga e mal tratada. Claro que o pseudo-poeta portuense - o 'António Nobre' da Cordoaria - não concorda: a sua cidade é linda e única! Pois claro; a ribeira e tal! Eu prefiro as cidades modernas com casamento harmonioso entre o antigo e o recente. Ou antigas, mas bem tratadas, como Viena. Com luzes de noite nas praças e ruas. Com vida e cultura.

Disseram-me uma vez que a Casa Da Música se parece com uma nave espacial que 'encalhou' na Boavista. Continuará a parecer. O presidente da Câmara - o mercieiro do norte - recorda com saudade o tempo em que do alto da avenida da Boavista avistava os hortos na Foz. É um presidente com a mentalidade dos eleitores.

Há algum prédio moderno nesta cidade? Alguma zona minimamente cosmopolita? Poderia haver. Tem um belo rio. Praia. A maior avenida do País. Mas uma população demasiado trabalhadora e condenscendente. Pouco exigente. Os estudantes do Superior não exigem as suas cantinas. A população não exige infra-estruturas melhores. Vai-se andando. Está-se bem. As tias de Lisboa não se chateam; não continuam a ter a sua SCUT para férias de borla? Nem tudo é negativo; os únicos bares do país com música decente encontram-se no Porto.